Aula 1: Introdução à disciplina e
diferentes concepções sobre História
Nessa aula, as professoras
explicaram como serão trabalhados os conteúdos da História da Educação, numa
perspectiva mais atual, chamando a atenção para partir da Escola dos Annales –
movimento historiográfico que questiona a história tradicional, e apresenta
novos elementos para a compreensão das sociedades; e destacando os principais atores do processo educacional:
professores e alunos.
Aula 2: A escola ontem e hoje
Abordando a formação dos níveis
educacionais e o ingresso das crianças na escola, refletiu-se sobre o fato de
que, na década de 50 (e antes disso) as crianças não tinham acesso à escola
devido a: falta de prédios, de acesso, muitas vezes as crianças tinham que
trabalhar, o ensino primário (atual ensino fundamental I) era de 4 anos e,
muitas vezes, crianças ficavam muitos anos cursando essa etapa da educação, sem
concluí-lo devido as suas atribuições (trabalho). A construção histórica do
Sistema de Ensino, etapas integradas umas as outras e a cultura da população,
não foi tão simples como a vemos hoje.
A
lei Geral de 15 de outubro de 1827 cria as escolas de primeiras letras para
meninos e meninas (daí a origem do dia do professor), e, a partir dessa lei,
inicia-se um grande empenho do estado em organizar um sistema de educação da
escola primária.
Ato
Adicional de 1834 - Quando estudamos a história da educação no Brasil,
dificilmente generalizaremos as situações, pois o Estado atribui às províncias
da época a organização de seus ensinos primários, independentemente das demais,
e a formação de seus professores, fazendo com que cada província brasileira
tivesse uma organização educacional distinta das demais; apenas o ensino
secundário fica a cargo do estado. A criação dos grupos escolares em 1893 foi o
início de um processo que ainda se fundirá aos demais. As crianças que
conseguiam concluir o primário tinham a possibilidade de continuar os estudos
no ensino médio sendo necessário fazer um exame de admissão, com alto nível de
exigência, reprovação elevada, constituído em ramos que incluíam a formação
profissional, e o ensino secundário que permitia acesso ao ensino superior.
Reforma
Francisco Campos de 1931 - Organizou esse nível de ensino, registrando os
professores no M.E.C. (Ministério da Educação e Cultura)
1942:
reorganização do ensino secundário: divisão em dois ciclos – 4 anos de ensino
ginasial seguido de 3 anos. A partir da década de 40 ocorre à expansão das
escolas secundárias, perdendo caráter elitista, porém não sendo, ainda,
acessível a todos.
Em
1961, primeira LDB, passa a haver um núcleo de disciplinas comuns a todos os
ramos.
LDB
1971, escolaridade obrigatória de 8 anos, incorporando ensino primário e
secundário, utilizando a denominação primeiro e segundo grau.
LDB
1996 altera a denominação de primeiro grau para ensino fundamental, segundo
grau ensino médio, ensino fundamental e médio etapas da educação básica
incluindo a educação infantil.
Aula 3: A Igreja e a ação dos jesuítas
nos primórdios da escolarização brasileira
Por,
aproximadamente, 210 anos, os jesuítas foram os responsáveis pela educação no
nosso país, vindos de Portugal, junto dos colonizadores, pouco depois da
descoberta das novas terras, com o objetivo inicial de converter e catequizar o
povo que aqui vivia. Contudo, com o tempo esse objetivo foi modificado,
passando para a catequização e educação interligados um ao outro: educavam,
ensinavam o povo das novas terras a ler e escrever, transmitindo os valores
cristãos.
José
de Anchieta e Manuel da Nóbrega foram os principais padres que fizeram parte da
história de São Paulo. Anchieta falava
fluentemente a língua dos índios, assim, ensinava aos demais jesuítas que
chegavam ao Brasil o tupi guarani (língua falada pelos índios aqui).
Os
jesuítas eram solicitados pelas elites locais para que fundassem colégios que
atendessem seus filhos. De 1549 até o século 18 os jesuítas foram hegemônicos
em termos de ensino, onde apenas a elite local tinha acesso, ou donos de
engenho e filhos de portugueses.
Havia
dois tipos de colégios: aldeiamentos e colégios. Os aldeiamentos cuidavam da
educação e catequização dos índios, enquanto os colégios cuidavam da educação
dos filhos da elite.
O
primeiro colégio do Brasil foi criado em 1549, em Salvador.
No
colégio São Paulo de Piratininga índios e portugueses tinham acesso à educação,
os índios eram catequizados e a elite colonial educada, também era um espaço
para formação de novos padres.
Em
1559 foi publicado que Hatio Studiorum regulamentou o ensino nos colégios jesuítas.O
sociólogo Gilberto Freire tem a opinião de que os Jesuítas foram destruidores
da nossa cultura, em contra-partida Fernando Azevedo atribui aos Jesuítas uma
forte contribuição na história da educação no Brasil.
Aula 4: Reformas Pombalinas
(incompleta)
Nesta aula
foi apresentado o conceito de iluminismo, racionalidade da observação da
natureza e foi enfatizado que a única ciência que nos traz a certeza é a
matemática, foi apresentado o movimento
estético Barroco, predominantemente nas artes do século XVI a XVIII, e também
nos demonstrou, que algumas intervenções do Marques de Pombal, foram
fundamentais para a modernização da educação no Brasil, retirando a influência
dos Jesuítas e instituindo novos valores a Universidades já existentes e
criando mais dois novos cursos; o de Filosofia e o de Matemática, tornou também
o ensino responsabilidade do estado, esse passando a ser laico, não mais
sofrendo influências de religiões, voltando a educação para a ciência eu
iluminismo.
Atividade da Semana 1
Entrevista
com pessoas de diferentes gerações
Nesta semana você deve realizar de
entrevistas com pessoas de diferentes gerações. Escolha
pelo menos três pessoas de diferentes gerações (75 anos ou mais, mais de 55
anos, faixa dos 40 anos e alguém mais novo) de modo a conversar com elas acerca
dos seus tempos de escola.
Nelson (75 anos)
Ingressou
na escola em 1946, com 7 anos.
Estudava
na casa da professora, onde não havia pátio para brincar. Pouco aproveitou a
infância, pois, antes mesmo de ingressar na escola, já trabalhava. Estudou
durante 4 anos.
Em
1950 concluiu o primário, período que estudou escondido do pai, que não
permitia que estudasse. Dos 5 irmãos, apenas ele concluiu o primário, todos os
outros pararam no segundo ou terceiro ano.
O
primeiro ano de ensino cursou na casa da professora (Dona Mariazinha), onde a
sala de aula era a sala da sua casa. Essa professora era funcionaria estadual
e, por não ter uma sala de aula para trabalhar, lhe foi solicitado que
ensinasse na sua casa.
O
segundo ano cursou no porão do atual prédio do batalhão da policia militar da
cidade, que na época se chamava-se Ginásio Estadual Benedito Fagundes Marques,
e o prédio tinha o nome de 5 de Maio.
O
terceiro ano cursou no primeiro grupo escolar da cidade, no prédio que hoje
abriga a biblioteca municipal da cidade.
O
quarto ano realizou no Grupo Escolar Azevedo Soares, onde hoje abriga uma creche
do município.
Antes
do inicio das aulas, diariamente, cantava-se os hinos do Brasil, da
Independência, da Bandeira, intercalando um a cada dia.
As
aulas eram realizadas com cartilha, onde os alunos deviam realizar cópias e
concentrar-se na página do dia. Utilizavam também cadernos de caligrafia
diariamente.
Para
ingressar no curso ginasial era necessário realizar um exame admissional, que
não realizou por precisar trabalhar.
Ao
ingressar na policia militar, em 1964, com 24 anos, por vontade própria,
contratou uma professora particular para adquirir mais conhecimentos, visando
uma evolução profissional.
Em
1985/1986 cursou o segundo grau, atual ensino médio, por meio de eliminação de
matérias, para ser promovido na área de segurança pública.
Sua
base de educação escolar foi o curso primário. Afirma que tudo o que APRENDEU
na vida escola, foi nesse período.
Joana (61 anos)
Ingressou
na escola estadual Afranio Peixoto (vila Leonor) (onde hoje é a subprefeitura
da Vila Maria), e escola agrupada de vila Leonor (Vila Guilherme) com 7 anos
1961.
Cursou
o primário (na época) em 4 anos.
Por
escolha, não quis fazer o exame admissional para continuar os estudos no ensino
colegial (a época), devido à escola mais próxima que atendesse tal nível de
ensino fosse distante de sua casa e porque teve que ir trabalhar em uma
confecção de sutiã, no Pari, para ajudar na renda da família.
Aprendiam
por meio da cartilha “Caminho Suave”; a professora falava e os alunos
respondiam; para ensinar a escrever a professora pegava na mão dos alunos.
Atividades de coordenação motora fina eram constantes.
A
escola era bem cuidada. O prédio era grande, de dois andares, possuía mesas no
refeitório, todos os ambientes eram amplos e bem iluminados, várias salas de
aula. Já a escola agrupada era feita de madeira e com poucas salas de aula (5
ou 6 salas).
A
professora era severa e os alunos indisciplinados, pois vinham do pré onde
tinham mais liberdade e tiveram dificuldade em adaptar-se as novas regras da
escola primária. As regras disciplinares eram rígidas, como exemplo: tinham que
levantar-se em ordem quando alguém chegasse à sala de aula. Todos os alunos
usavam uniforme: saia pregueada, camisa branca, meia branca, sapato preto e, as
meninas, usavam laço de fita na cabeça.
Cantava-se
o hino diariamente; estudavam as disciplinas de Estudo moral e cívico e ética,
tudo isso relacionava-se ao período da ditadura militar.
Nilce (49 anos)
Ingressou
na escola em agosto de 1971, com 6 anos e meio.
Fez
4 anos de ensino primário, 4 de ginásio e 3 de colégio. Nessa época já não
havia mais o exame admissional para o ginásio. Os alunos ingressavam na escola
por interesse; os irmãos mais velhos já eram estudantes na escola e quis
acompanha-los. Na época, não havia data limite para ingresso no ano em curso.
Os
alunos sempre foram organizados em duplas, o ensino já se iniciava com a letra
cursiva e era tradicional: por meio da cartilha os alunos aprendiam a construir
as silabas. Havia chamada oral e premiação: os alunos que acertavam as
perguntas recebiam um prêmio (bolachinhas, pontos no final do mês). Nessa época
havia reprovação dos alunos com baixo desempenho nas atividades. Não havia
oferta de merenda da escola. Os alunos usavam uniforme. Toda quarta-feira os
alunos cantavam o hino nacional e hasteavam a bandeira nacional.
Estudou
no grupo escolar da Vila Ramos que, posteriormente, passou a se chamar Escola
Estadual Professor Adamastor Baptista. Havia desfile cívico na cidade onde
todos os alunos eram obrigados a participar, com ensaios prévios e planejamento
da apresentação.
Entre
as disciplinas do ensino ginasial havia OSPB (Organização Social e Politica
Brasileira) que estudava a divisão política social, EMC (Educação Moral e
Cívica).
Os
conteúdos eram bem trabalhados com os alunos, os mesmos participavam
efetivamente das aulas, com comprometimento e interesse no aprendizado.
A
escola era organizada em dois andares, onde no andar térreo era utilizado para
os 4 anos do ensino primário e, o andar superior, organizado para o ensino
ginasial. Havia um pequeno pátio plano de terra, com um gira gira no meio e, ao
fundo, um rancho onde os alunos ficavam sentados conversando.
Em
meados dos anos 70, foi inaugurado o novo prédio da escola, que ainda não
abrigava o colégio, forçando os alunos a irem para uma nova escola para dar
continuidade aos estudos no segundo grau.
As
aulas de educação física eram ministradas no contra turno das aulas diárias, e
foi no novo prédio da escola que os alunos tiveram os primeiros contatos com
tal disciplina.
No
segundo grau tinha aulas de música e eletricidade.
O
estudo de antes era mais valorizado pela cobrança que se tinha do aluno.
Não
existia creche nem pré primário. O aluno não era preparado para ingressar no
primário, o lúdico era utilizado muito nas aulas de matemática.
Jéssica
(27 anos)
Ingressou
na escola com 4 anos de idade na pré escola. Essa etapa da educação fez em 3
anos, período em os professores ensinavam, por meio de brincadeiras e jogos, as
letras do alfabeto, escrita e identificação do nome próprio e contagem e
identificação do sistema numérico.
Aos
7 anos ingressou na 1ª série do ensino primário, que cursou até os 10 anos (4ª
série). Recorda-se que no primeiro dia de aula da 1ª série a professora iniciou
a aula com o cabeçalho (em letra cursiva) na lousa. Utilizavam a cartilha “Caminho
Suave” para alfabetização. Em pouco tempo de aula já lia e escrevia com
autonomia.
Aos
11 anos ingressou no ensino ginasial e o cursou até seus 14 anos (8ª série).
Em
2002 ingressou na 1ª série do Ensino Médio e, no ano seguinte, iniciou os
estudados no curso Magistério (concomitante ao Ensino Médio), concluindo essa
etapa e se formando professora em 2005.
Em
2006 ingressou na faculdade (curso de Pedagogia), formando-se em 2009.
Constatações Principais da Pesquisa
Após concluir a pesquisa constatei que
o ensino sofreu grandes e significativas mudanças ao longo dos anos. Atualmente
os professores contribuem com a construção do conhecimento por parte dos
alunos, agindo como mediador nesse processo de ensino e aprendizagem; ao
contrário de antigamente, onde o professor era responsável por transmitir esse
conhecimento ao aluno, de maneira “fechada” e pré-determinada. Tive a impressão
que, talvez, o ensino de antigamente fosse melhor absorvido e entendido pelos
alunos.
Aula 05 – A ação do Estado na institucionalização da escola
primária no Brasil
A presença do estado no
desenvolvimento da educação no Brasil foi essencial devido sua contribuição para
a formação das Unidades Federativas como uma nação, retirando da família e da
igreja a responsabilidade pela educação dos educandos e tornando seu acesso
obrigatório para que todo membro da sociedade possa ser beneficiado, promovendo
assim a hegemonia de cultura e ideias que são necessárias para a união do povo brasileiro.
Aula 06 – Modelo da escola graduada como referência
O novo modelo de
educação no Brasil seguiu inovações que surgiram em outros países (como Suíça e
França). O surgimento da consciência de que havia a necessidade de espaços
arquitetônicos de qualidade para abrigar denominados colégios fez com que
surgissem, também, no interior desses colégios a denominação das classes, de
forma que o ensino passou a ser graduado progressivamente, ano a ano, com novos
conteúdos. Esse modelo otimizou o sistema de educação, onde o professor passou
a lecionar apenas uma disciplina (modelo presente até os dias atuais) com aprendizagem simultânea, onde todos os alunos,
de idade pré-estabelecida, tem acesso ao mesmo currículo escolar. Com essa
organização surgiram os horários, intervalos e períodos de aulas.
Esta aula desconstruiu a
imagem de escola atual, demonstrando que essa organização ao qual conhecemos
foi necessária para que se pudesse oferecer uma educação de qualidade, e de
forma igualitária a todos os alunos.
Aula 07 – Os grupos escolares como modelo de organização
pedagógica
A instituição do modelo
de escola graduada se deu com grande influência dos idealizadores do movimento
republicano, organizando os grupos escolares com padrões de conteúdo, horários,
e professores capacitados, onde até mesmo a arquitetura foi pensada visando a
mudança e melhoria da educação no Brasil.
Esses grupos escolares
eram tidos como sinônimos de avanço e se tornaram referências em suas regiões
de abrangência. Esse novo modelo de abordagem educacional se baseava na
racionalização do processo e na divisão de tarefas: a parte de racionalização
pedagógica se dava por meio do Diretor da escola, desenvolvendo trabalhos
administrativos, supervisionando professores, conteúdos, etc.; e a divisão de
tarefas onde um professor ministra uma matéria específica a uma mesma turma,
pelo período de um ano letivo, promovendo o método simultâneo, dentro de uma
sala de aula com maior número de alunos.
Aula 08 – Família versus escola em disputa pelos tempos infantis
No século XIX a criança que
trabalhava era mais um membro produtivo da família, que não concordava com o
fato de que essa criança deveria frequentar um grupo escolar com tempo
predeterminado. Havia também a crença de que ler e escrever era o suficiente,
sem a necessidade de aprofundar esses conhecimentos. Essa prática era ainda
mais recorrente nas escolas afastadas dos centros. O tempo de estudo disponível
a essas crianças era diferenciado contendo apenas dois anos, enquanto nas
cidades esse período era de 4 quatro anos.
A transição do modelo
educacional foi mais difícil para as famílias menos abastadas, pois essas
dependiam da mão de obra das crianças, enquanto nas famílias com maior poder
aquisitivo já havia a cultura do estudo.
As festas tiveram papel fundamental
em aproximar as famílias e sociedade dos grupos escolares, possibilitando,
assim, a divulgação da escola em favor das crianças, e o estreitamento de laços
entre comunidade e escola. Porém, em 1920, observou-se contestações com relação
a prática dessas festas e sua real utilidade, dando indícios de que tais
eventos distraiam os alunos, e os faziam perder tempo com ensaios
desnecessários ao currículo acadêmico.
Aula 09
– Dos modos de ensinar e aprender: método individual, mútuo e simultâneo
Os métodos de abordagens
de ensino, aplicados no século XIX, apresentavam muita dificuldades em atender
as necessidades dos alunos. A transição do método individual e monitorado para
o método simultâneo, que é o método que temos como maior referência
contemporânea, foi de grande importância para a educação: a organização por
grupos de alunos da mesma faixa etária e também a organização escolar, com
horários e locais adequados para se difundir esse ensino contribuíram para um
processo de ensino aprendizagem mais eficiente.
Contudo o método
simultâneo apresentou problemas quanto as faltas e atrasos, deixando esse aluno
faltoso em uma condição diferente dos demais alunos.
Aula 10
– A seleção dos alunos no sistema escolar: a avaliação em pauta.
As avaliações surgiram
com a escola graduada, como forma de
estabelecer que somente os alunos que realmente aprenderam o conteúdo progredissem
para a próxima etapa de sua formação. Porém, com o passar do tempo, essas
avaliações passaram a classificar os alunos, pejorativamente, como bons e ruins
formando esteriótipos de alunos ruins, salas ruins, turmas ruins e nerds.
Na década de 1990 houve o surgimento
do modelo progressão continuada que abriu um debate observando os métodos de
avaliação e a exposição e constrangimento que essas avaliações expunham os
alunos que não acompanhavam os demais. Em contra partida, com esse modelo de
progressão continuada, parece que o aluno não possui méritos, não tendo
avaliações e não sendo avaliado.
Aula 11
– A constituição da Escola Normal e a difusão de conhecimentos pedagógicos
Em tempos atrás as
qualidades morais eram base para que as mulheres pudessem exercer sua profissão
docente, e mesmo quando o estado passou a recrutar pessoas para exercer a
função de professor também eram observados esses preceitos morais, que na época
eram muito rígidos, deixando em segundo plano os conhecimentos de conteúdo e pedagógicos.
As escolas normais eram
de responsabilidade do Império, porém as mesmas não tinham muitos alunos e
acabaram não se consolidando.
A escola normal não tinha muito
prestígio, visto que os conteúdos aplicados eram os mesmos do nível primário, e
os salários baixos dos professores não atraia o interesse das pessoas. Essas
escolas carregavam como características a pluralidade, tendo em vista que por
não serem de responsabilidade do estado não havia uma padronização, aplicando-se,
em cada localidade, um conteúdo diferente.
Atualmente a formação dos
professores ainda é objeto de debates, estudos e opiniões, porém o amor ao
ensino, e a dedicação aos alunos continuam sendo pontos preponderantes a que se
volta para a educação.
Aula 12
– O movimento escolanovistano Brasil
A nova visão de escola é
a de renovação e busca por modificações dos estigmas das escolas tradicionais,
mais fixadas nos professores, passando assim a dar maior atenção ao aluno.
No documentário foi
possível perceber que a defasagem e a ineficácia dos sistemas de educação no
Brasil agiram como protagonistas do Manifesto da Educação de 1932, que propunha
uma nova maneira de abordagem educacional, de forma laica, com obrigação dos pais
e do estado, objetivando que a educação fosse direito e dever de todos.
Aula 13
– Ruralismo Pedagógico: uma proposta para as escolas do campo
O movimento escola nova,
teve muita expressão no Brasil, porém essa ideia não era um consenso havendo
uma vertente que apoiava a ideia que a educação no Brasil não deveria advir, ou
ser uma cópia do que se fazia em outros países. Tal vertente acreditava que o
país era baseado na agricultura e, portanto, possuía vocações agrícolas; dessa
forma a educação deveria ser voltada para esse campo.
O ruralismo pedagógico visava implantar
escolas formadoras que dessem ênfase ao campo e valorizassem o homem que nele
trabalhava. O intuito era dirimir preconceitos com relação ao trabalho rural, demonstrando
que o tal atividade e vida pode ser tão ou mais confortável quanto nas cidades.
Aula 14
– Expansão do ensino secundário e a luta em defesa da escola pública nos anos
1950
Documentário: A atuação
dos republicanos não foi condizente com o seu otimismo, e o déficit de vagas em
escolas públicas em São Paulo - assim como em todo Brasil - era grande e, com o
manifesto pela educação de 1932, intensificava-se a luta em prol de melhores
condições estruturais de educação e um novo modelo educacional mais dinâmico
com intuito de acompanhar a modernidade dos tempos.
Na década de 1950, houve
um grande êxodo da região norte/nordeste do país buscando as regiões sul/sudeste,
causando grande procura por serviços públicos (dentre eles saúde e educação) o que
tornou a demanda maior que a oferta de vagas disponíveis. Com a demanda
aumentada passou-se a construir escolas mais inovadoras e modernas com a finalidade
de atender essa procura. Porém, somente em 1999, é que São Paulo conseguiu
colocar 99% de sua população em idade escolar em uma sala de aula.
Aula 15
– Ensino Superior: organização e expansão
Atualmente é difícil
frequentar uma instituição de educação superior, porém, em tempos passados as
dificuldades enfrentadas eram maiores. Com a criação da USP, e a integração de outros
cursos como o de medicina e engenharia, foi criado também o curso de filosofia
e passou a ser de responsabilidade da Universidade a formação dos professores,
por meio dos cursos de licenciatura a formação dos professores.
Em 1968, com o golpe
militar trazendo consigo as reformas universitárias e a ampliação do ensino
primário para 8 anos, a reforma Universitária visava aumentar o acesso à
universidade através da diminuição das mensalidades e aumento da oferta de
vagas.
Aula 16
– A transformação da criança em aluno
Na sociedade salarial o
ser social é escravo de seu trabalho pago, enquanto o trabalho de uma criança é
um trabalho escolar. Em um contexto adquirido a partir do século XIX de um
mesmo ponto de partida, criou-se a visão de que crianças eram alunos,
homogeneizando o tempo social com o tempo escolar, fazendo com que esses dois
momentos unissem-se, tornando natural os saberes adquiridos na escola, como se
fosse algo natural da vida.
Aula 17 – A coeducação dos sexos
O
ensino igualitário (independente de sexo) se deu a partir dos movimentos
feministas, visto que no século XIX o ensino para meninas era voltado à
religião, trabalhos manuais, culinária e noções de etiqueta (civilidade).
O
afastamento de meninos e meninas no ambiente escolar ocorria devido a grande
influência da igreja católica, que visava proteger a moral e a pureza das meninas.
Na época existiam alguns pensadores que acreditavam que a capacidade
intelectual dos meninos era superior a das meninas, e que estas não se
adaptariam a disciplinas mais complexas.
Com
formação da República foi estabelecido que todas as crianças deveriam
frequentar ambientes escolares. A partir de então, com o crescimento no número
de alunos nas escolas, viu-se a necessidade de agrupar crianças de ambos os
sexos na mesma sala de aula. Pedagogicamente acreditava-se que o convívio seria
de válido tanto para meninos quanto para meninas, pois aprenderiam a lidar com
o sexo oposto de maneira mais gentil e sem preconceitos, principalmente contra
as meninas.
Em
1932, com o Manifesto da Educação houve uma defesa em prol da educação, onde
ficou clara a divisão entre “Os defensores das escolas tradicionais” (mais
religiosos) e os “Escolanovistas” que traziam uma nova visão no sentido das
evoluções escolares.
Na imagem acima temos uma turma
formada por meninos e meninas, em uma escola de Belo Horizonte, no década de 20
do século XX.
Aula 18 – Paulo Freire e sua proposta
de ensino para jovens.
A
educação de jovens e adultos visa proporcionar aqueles que não tiveram acesso a
escola na idade certa, uma educação de qualidade, permitindo a esses cidadãos
gozar de seus direitos cíveis e políticos com clareza e consciência.
Viu-se
a importância da educação de jovens e adultos, e também a transformação que esse
acesso ao aprendizado traz as pessoas que se dispõem, mesmo após um dia duro de
trabalho, ir à escola, adquirir conhecimento e transmitir conhecimento, como
citado na aula, aproximando o científico do cotidiano, proporcionando a troca e
o dialogo entre alunos e professores, de forma respeitosa e hierárquica,
demonstrando que a autossuficiência é incompatível com o dialogo.
Esse
plano de educação visa trazer plenos direitos civis e políticos, igualitários a
todos os cidadãos, fazendo com que essas pessoas possam usufruir plenamente de
seus direitos e terem responsabilidades sobre seus deveres frente às
organizações governamentais, trazendo uma consciência política de povo,
fortalecendo as capacidades de escolhas em prol de seu beneficio e do beneficio
do próximo e do coletivo.
Aula 19 – Os negros na expansão da
escola
A
Lei Áurea possibilitou aos negros escravos viverem de maneira livre, tomando
suas próprias decisões e agindo de acordo com elas; porém, mesmo livres e tendo
os mesmos direitos dos demais cidadãos, os negros ainda eram excluídos na
sociedade que não os permitiam o acesso a escolas e atendimento de saúde como
os demais.
A educação
dos negros não foi diretamente vedada, porém era dificultada devido à: ausência
de responsáveis para realização de matrículas, vestimenta adequada, e material
didático, e ao fato de os pais de alunos brancos não quererem alunos negros na
mesma turma de seus filhos. O estado não assumiu seu papel frente à população
negra recém-liberta, e sendo assim os negros não foram inseridos aos meios
sociais causando diferenças que se arrastam até os dias atuais.
A partir da
década de 1970 o aumento dos movimentos negros, com maior abertura politica,
fizeram com que houvesse uma busca pela valorização da cultura negra e sua
influência na formação da nossa sociedade. Tais as reivindicações foram
atendidas a partir da sansão da lei 10.639/03, tornando, nas diretrizes
curriculares nacionais, a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana, trazendo consigo o intuito de “reestabelecer” as
relações étnico-raciais.
Movimento de 1978 em prol da igualdade
racial.
Aula 20 – Os Índios na expansão da
escola
Até
a formulação da constituição de 1988, os povos indígenas eram vistos como uma
população que deveria ser, obrigatoriamente, integrada a sociedade não
indígena, através de ações de educação e trabalho, sem considerar as estruturas
cotidianas e de cultura desses povos.
Houve
também algumas políticas no sentido de realocação do povo indígena. Tais
políticas retiraram essas pessoas de suas terras de origem (para dar abrigo a
empreendimentos diversos) e colocaram-nas em reservas destinadas aos índios.
Fato curioso é que, nessas reservas, as únicas intervenções do estado eram a
criação de uma escola e uma cadeia, onde o índio que ousasse fugir da aldeia
com o intuito de retomar suas terras de origem era reconduzido à reserva e
direcionado ou a cadeia ou a escola, demonstrando assim que a educação indígena
sempre foi um instrumento do estado para a submissão do índio.
Com
a constituição de 1988 foi assegurado o direito do povo indígena a preservação
de sua cultura e tradições.
Na educação
indígena o aluno é convidado a participar do cotidiano e do trabalho da pessoa
que ira instruir, levando sempre em consideração os conhecimentos prévios de
aprendiz e mestre, e os saberes conquistados juntos em uma relação de troca em
que todos aprendem.
Aula 21 – Inclusão do “Diferente” nas
salas regulares
Todos
os homens são iguais, porém não são idênticos, isso faz com que cada pessoa
seja única. Todos os alunos inclusos em uma sala de aula, ou mesmo na
sociedade, são diferentes uns dos outros. Alguns apresentam diferenças menos
comuns e/ou mais acentuadas, nesses casos somos nós que os rotulamos e sentimos
a necessidade de incluí-los. Porém esse aluno não precisa somente ser incluso,
mas também tratado de forma igualitária para que não haja a necessidade da
inclusão por meio de atendimento diferenciado.
No processo
educativo é necessário considerar o tempo de cada indivíduo para a
aprendizagem, e não as limitações físicas, biológicas ou intelectuais que
apresentam.
Aula 22 – Professores como
funcionários do Estado
Esta
aula demonstrou o processo de profissionalização do Magistério, observando como
surgiu a carreira de professor, e de que forma ocorreu a implantação de sua
formação específica, para que pudesse ministrar aulas. Vimos também a criação
do concurso público, onde o candidato a professor deveria ser avaliado,
demonstrando que possuía capacidades e conhecimentos mínimos para ingressar a carreira.
Com essas
medidas, os professores passaram a se ver como iguais, e passaram a formar
associações com o intuito de reivindicar melhorias nas condições de trabalho,
na melhoria da educação e em melhorias pessoais.
Por fim o
governo promulgou uma lei estabelecendo que somente o profissional que possuir
ensino específico, bem como aprovação em concurso publico, estaria apto para
ensinar.
Aula 23 – A feminização do Magistério
A
inserção das mulheres no magistério ocorreu por questões sociais, haja vista
que com a industrialização do país dar aulas não era mais um trabalho atrativo
para os homens, e dessa forma, com o êxodo masculino, as mulheres passaram a
exercer tais funções, principalmente em escolas primárias.
Porém, nas
estruturas escolares, as mulheres não evoluíam profissionalmente, permanecendo
na função docente, sem oportunidades de evolução a cargos mais elevados
(diretor de escola e supervisor escolar).
Com a
expansão do número de escolas houve uma grande demanda por professores, o que
fez com que a presença feminina no ambiente escolar se consolidasse.
Infelizmente
as condições dessas professoras (Normalistas) eram bastante precárias: lecionar
em escolas afastadas fez com que se distanciassem de seus familiares, o salário
era estável, porém de pequena monta, pois se acreditava que o salário dessas
profissionais não era para o sustento de uma família e sim um complemento da
renda familiar.
Aula 24 – A formação dos professores:
o conhecimento científico e os saberes da experiência
Em
determinado momento da educação brasileira passou-se a exigir atualizações
profissionais dos professores, haja vista que até então, eram considerados bons
professores aqueles que possuíam boas práticas e muitos anos de experiência,
que ao longo do tempo criou métodos próprios de ensino onde se observa os
saberes da experiência.
Em
1955, foi celebrado um acordo internacional para se instalar no país um centro
de pesquisa educacional no estado do Rio de Janeiro, oferecendo cursos de
formação e produzindo pesquisas no âmbito educacional. Com base nesses cursos e
pesquisas, começou-se a difundir a ideia de que o professor precisava se
atualizar, agregar métodos e inovar; trazendo a tona o novo modelo de
professor, embasado em métodos científicos e que contemplam novas tecnologias.
Com o
aparecimento dessa nova vertente do professorado surgiu o conflito entre os
professores que se embasavam em sua própria experiência de trabalho e os
professores que tinham como fundamentos os novos métodos científicos de ensinar
como base para as salas de aula.
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