sábado, 22 de novembro de 2014

História da Educação

História da Educação
 

Aula 1: Introdução à disciplina e diferentes concepções sobre História
            Nessa aula, as professoras explicaram como serão trabalhados os conteúdos da História da Educação, numa perspectiva mais atual, chamando a atenção para partir da Escola dos Annales – movimento historiográfico que questiona a história tradicional, e apresenta novos elementos para a compreensão das sociedades; e destacando  os principais atores do processo educacional: professores e alunos.
Aula 2: A escola ontem e hoje
            Abordando a formação dos níveis educacionais e o ingresso das crianças na escola, refletiu-se sobre o fato de que, na década de 50 (e antes disso) as crianças não tinham acesso à escola devido a: falta de prédios, de acesso, muitas vezes as crianças tinham que trabalhar, o ensino primário (atual ensino fundamental I) era de 4 anos e, muitas vezes, crianças ficavam muitos anos cursando essa etapa da educação, sem concluí-lo devido as suas atribuições (trabalho). A construção histórica do Sistema de Ensino, etapas integradas umas as outras e a cultura da população, não foi tão simples como a vemos hoje.
A lei Geral de 15 de outubro de 1827 cria as escolas de primeiras letras para meninos e meninas (daí a origem do dia do professor), e, a partir dessa lei, inicia-se um grande empenho do estado em organizar um sistema de educação da escola primária.
Ato Adicional de 1834 - Quando estudamos a história da educação no Brasil, dificilmente generalizaremos as situações, pois o Estado atribui às províncias da época a organização de seus ensinos primários, independentemente das demais, e a formação de seus professores, fazendo com que cada província brasileira tivesse uma organização educacional distinta das demais; apenas o ensino secundário fica a cargo do estado. A criação dos grupos escolares em 1893 foi o início de um processo que ainda se fundirá aos demais. As crianças que conseguiam concluir o primário tinham a possibilidade de continuar os estudos no ensino médio sendo necessário fazer um exame de admissão, com alto nível de exigência, reprovação elevada, constituído em ramos que incluíam a formação profissional, e o ensino secundário que permitia acesso ao ensino superior.
Reforma Francisco Campos de 1931 - Organizou esse nível de ensino, registrando os professores no M.E.C. (Ministério da Educação e Cultura)
1942: reorganização do ensino secundário: divisão em dois ciclos – 4 anos de ensino ginasial seguido de 3 anos. A partir da década de 40 ocorre à expansão das escolas secundárias, perdendo caráter elitista, porém não sendo, ainda, acessível a todos.
Em 1961, primeira LDB, passa a haver um núcleo de disciplinas comuns a todos os ramos.
LDB 1971, escolaridade obrigatória de 8 anos, incorporando ensino primário e secundário, utilizando a denominação primeiro e segundo grau.
LDB 1996 altera a denominação de primeiro grau para ensino fundamental, segundo grau ensino médio, ensino fundamental e médio etapas da educação básica incluindo a educação infantil.
Aula 3: A Igreja e a ação dos jesuítas nos primórdios da escolarização brasileira
          




Por, aproximadamente, 210 anos, os jesuítas foram os responsáveis pela educação no nosso país, vindos de Portugal, junto dos colonizadores, pouco depois da descoberta das novas terras, com o objetivo inicial de converter e catequizar o povo que aqui vivia. Contudo, com o tempo esse objetivo foi modificado, passando para a catequização e educação interligados um ao outro: educavam, ensinavam o povo das novas terras a ler e escrever, transmitindo os valores cristãos.
José de Anchieta e Manuel da Nóbrega foram os principais padres que fizeram parte da história de São Paulo.  Anchieta falava fluentemente a língua dos índios, assim, ensinava aos demais jesuítas que chegavam ao Brasil o tupi guarani (língua falada pelos índios aqui).
Os jesuítas eram solicitados pelas elites locais para que fundassem colégios que atendessem seus filhos. De 1549 até o século 18 os jesuítas foram hegemônicos em termos de ensino, onde apenas a elite local tinha acesso, ou donos de engenho e filhos de portugueses.
Havia dois tipos de colégios: aldeiamentos e colégios. Os aldeiamentos cuidavam da educação e catequização dos índios, enquanto os colégios cuidavam da educação dos filhos da elite.
O primeiro colégio do Brasil foi criado em 1549, em Salvador.
No colégio São Paulo de Piratininga índios e portugueses tinham acesso à educação, os índios eram catequizados e a elite colonial educada, também era um espaço para formação de novos padres.
Em 1559 foi publicado que Hatio Studiorum regulamentou o ensino nos colégios jesuítas.O sociólogo Gilberto Freire tem a opinião de que os Jesuítas foram destruidores da nossa cultura, em contra-partida Fernando Azevedo atribui aos Jesuítas uma forte contribuição na história da educação no Brasil.

Aula 4: Reformas Pombalinas (incompleta)
Nesta aula foi apresentado o conceito de iluminismo, racionalidade da observação da natureza e foi enfatizado que a única ciência que nos traz a certeza é a matemática, foi apresentado o  movimento estético Barroco, predominantemente nas artes do século XVI a XVIII, e também nos demonstrou, que algumas intervenções do Marques de Pombal, foram fundamentais para a modernização da educação no Brasil, retirando a influência dos Jesuítas e instituindo novos valores a Universidades já existentes e criando mais dois novos cursos; o de Filosofia e o de Matemática, tornou também o ensino responsabilidade do estado, esse passando a ser laico, não mais sofrendo influências de religiões, voltando a educação para a ciência eu iluminismo.
Atividade da Semana 1
Entrevista com pessoas de diferentes gerações
Nesta semana você deve realizar de entrevistas com pessoas de diferentes gerações. Escolha pelo menos três pessoas de diferentes gerações (75 anos ou mais, mais de 55 anos, faixa dos 40 anos e alguém mais novo) de modo a conversar com elas acerca dos seus tempos de escola.
Nelson (75 anos)
Ingressou na escola em 1946, com 7 anos.
Estudava na casa da professora, onde não havia pátio para brincar. Pouco aproveitou a infância, pois, antes mesmo de ingressar na escola, já trabalhava. Estudou durante 4 anos.
Em 1950 concluiu o primário, período que estudou escondido do pai, que não permitia que estudasse. Dos 5 irmãos, apenas ele concluiu o primário, todos os outros pararam no segundo ou terceiro ano.
O primeiro ano de ensino cursou na casa da professora (Dona Mariazinha), onde a sala de aula era a sala da sua casa. Essa professora era funcionaria estadual e, por não ter uma sala de aula para trabalhar, lhe foi solicitado que ensinasse na sua casa.
O segundo ano cursou no porão do atual prédio do batalhão da policia militar da cidade, que na época se chamava-se Ginásio Estadual Benedito Fagundes Marques, e o prédio tinha o nome de 5 de Maio.
O terceiro ano cursou no primeiro grupo escolar da cidade, no prédio que hoje abriga a biblioteca municipal da cidade.
O quarto ano realizou no Grupo Escolar Azevedo Soares, onde hoje abriga uma creche do município.
Antes do inicio das aulas, diariamente, cantava-se os hinos do Brasil, da Independência, da Bandeira, intercalando um a cada dia.
As aulas eram realizadas com cartilha, onde os alunos deviam realizar cópias e concentrar-se na página do dia. Utilizavam também cadernos de caligrafia diariamente.
Para ingressar no curso ginasial era necessário realizar um exame admissional, que não realizou por precisar trabalhar.
Ao ingressar na policia militar, em 1964, com 24 anos, por vontade própria, contratou uma professora particular para adquirir mais conhecimentos, visando uma evolução profissional.
Em 1985/1986 cursou o segundo grau, atual ensino médio, por meio de eliminação de matérias, para ser promovido na área de segurança pública.
Sua base de educação escolar foi o curso primário. Afirma que tudo o que APRENDEU na vida escola, foi nesse período.
Joana (61 anos)
Ingressou na escola estadual Afranio Peixoto (vila Leonor) (onde hoje é a subprefeitura da Vila Maria), e escola agrupada de vila Leonor (Vila Guilherme) com 7 anos 1961.
Cursou o primário (na época) em 4 anos.
Por escolha, não quis fazer o exame admissional para continuar os estudos no ensino colegial (a época), devido à escola mais próxima que atendesse tal nível de ensino fosse distante de sua casa e porque teve que ir trabalhar em uma confecção de sutiã, no Pari, para ajudar na renda da família.
Aprendiam por meio da cartilha “Caminho Suave”; a professora falava e os alunos respondiam; para ensinar a escrever a professora pegava na mão dos alunos. Atividades de coordenação motora fina eram constantes.
A escola era bem cuidada. O prédio era grande, de dois andares, possuía mesas no refeitório, todos os ambientes eram amplos e bem iluminados, várias salas de aula. Já a escola agrupada era feita de madeira e com poucas salas de aula (5 ou 6 salas).
A professora era severa e os alunos indisciplinados, pois vinham do pré onde tinham mais liberdade e tiveram dificuldade em adaptar-se as novas regras da escola primária. As regras disciplinares eram rígidas, como exemplo: tinham que levantar-se em ordem quando alguém chegasse à sala de aula. Todos os alunos usavam uniforme: saia pregueada, camisa branca, meia branca, sapato preto e, as meninas, usavam laço de fita na cabeça.
Cantava-se o hino diariamente; estudavam as disciplinas de Estudo moral e cívico e ética, tudo isso relacionava-se ao período da ditadura militar.
Nilce (49 anos)
Ingressou na escola em agosto de 1971, com 6 anos e meio.
Fez 4 anos de ensino primário, 4 de ginásio e 3 de colégio. Nessa época já não havia mais o exame admissional para o ginásio. Os alunos ingressavam na escola por interesse; os irmãos mais velhos já eram estudantes na escola e quis acompanha-los. Na época, não havia data limite para ingresso no ano em curso.
Os alunos sempre foram organizados em duplas, o ensino já se iniciava com a letra cursiva e era tradicional: por meio da cartilha os alunos aprendiam a construir as silabas. Havia chamada oral e premiação: os alunos que acertavam as perguntas recebiam um prêmio (bolachinhas, pontos no final do mês). Nessa época havia reprovação dos alunos com baixo desempenho nas atividades. Não havia oferta de merenda da escola. Os alunos usavam uniforme. Toda quarta-feira os alunos cantavam o hino nacional e hasteavam a bandeira nacional.
Estudou no grupo escolar da Vila Ramos que, posteriormente, passou a se chamar Escola Estadual Professor Adamastor Baptista. Havia desfile cívico na cidade onde todos os alunos eram obrigados a participar, com ensaios prévios e planejamento da apresentação.
Entre as disciplinas do ensino ginasial havia OSPB (Organização Social e Politica Brasileira) que estudava a divisão política social, EMC (Educação Moral e Cívica).
Os conteúdos eram bem trabalhados com os alunos, os mesmos participavam efetivamente das aulas, com comprometimento e interesse no aprendizado.
A escola era organizada em dois andares, onde no andar térreo era utilizado para os 4 anos do ensino primário e, o andar superior, organizado para o ensino ginasial. Havia um pequeno pátio plano de terra, com um gira gira no meio e, ao fundo, um rancho onde os alunos ficavam sentados conversando.
Em meados dos anos 70, foi inaugurado o novo prédio da escola, que ainda não abrigava o colégio, forçando os alunos a irem para uma nova escola para dar continuidade aos estudos no segundo grau.
As aulas de educação física eram ministradas no contra turno das aulas diárias, e foi no novo prédio da escola que os alunos tiveram os primeiros contatos com tal disciplina.
No segundo grau tinha aulas de música e eletricidade.
O estudo de antes era mais valorizado pela cobrança que se tinha do aluno.
Não existia creche nem pré primário. O aluno não era preparado para ingressar no primário, o lúdico era utilizado muito nas aulas de matemática.
Jéssica (27 anos)
Ingressou na escola com 4 anos de idade na pré escola. Essa etapa da educação fez em 3 anos, período em os professores ensinavam, por meio de brincadeiras e jogos, as letras do alfabeto, escrita e identificação do nome próprio e contagem e identificação do sistema numérico.
Aos 7 anos ingressou na 1ª série do ensino primário, que cursou até os 10 anos (4ª série). Recorda-se que no primeiro dia de aula da 1ª série a professora iniciou a aula com o cabeçalho (em letra cursiva) na lousa. Utilizavam a cartilha “Caminho Suave” para alfabetização. Em pouco tempo de aula já lia e escrevia com autonomia.
Aos 11 anos ingressou no ensino ginasial e o cursou até seus 14 anos (8ª série).
Em 2002 ingressou na 1ª série do Ensino Médio e, no ano seguinte, iniciou os estudados no curso Magistério (concomitante ao Ensino Médio), concluindo essa etapa e se formando professora em 2005.
Em 2006 ingressou na faculdade (curso de Pedagogia), formando-se em 2009.
Constatações Principais da Pesquisa
            Após concluir a pesquisa constatei que o ensino sofreu grandes e significativas mudanças ao longo dos anos. Atualmente os professores contribuem com a construção do conhecimento por parte dos alunos, agindo como mediador nesse processo de ensino e aprendizagem; ao contrário de antigamente, onde o professor era responsável por transmitir esse conhecimento ao aluno, de maneira “fechada” e pré-determinada. Tive a impressão que, talvez, o ensino de antigamente fosse melhor absorvido e entendido pelos alunos.

Aula 05 – A ação do Estado na institucionalização da escola primária no Brasil

 
                        A presença do estado no desenvolvimento da educação no Brasil foi essencial devido sua contribuição para a formação das Unidades Federativas como uma nação, retirando da família e da igreja a responsabilidade pela educação dos educandos e tornando seu acesso obrigatório para que todo membro da sociedade possa ser beneficiado, promovendo assim a hegemonia de cultura e ideias que são necessárias para a união do povo brasileiro.

 
Aula 06 – Modelo da escola graduada como referência

                        O novo modelo de educação no Brasil seguiu inovações que surgiram em outros países (como Suíça e França). O surgimento da consciência de que havia a necessidade de espaços arquitetônicos de qualidade para abrigar denominados colégios fez com que surgissem, também, no interior desses colégios a denominação das classes, de forma que o ensino passou a ser graduado progressivamente, ano a ano, com novos conteúdos. Esse modelo otimizou o sistema de educação, onde o professor passou a lecionar apenas uma disciplina (modelo presente até os dias atuais) com  aprendizagem simultânea, onde todos os alunos, de idade pré-estabelecida, tem acesso ao mesmo currículo escolar. Com essa organização surgiram os horários, intervalos e períodos de aulas.

                        Esta aula desconstruiu a imagem de escola atual, demonstrando que essa organização ao qual conhecemos foi necessária para que se pudesse oferecer uma educação de qualidade, e de forma igualitária a todos os alunos.

 
Aula 07 – Os grupos escolares como modelo de organização pedagógica

                        A instituição do modelo de escola graduada se deu com grande influência dos idealizadores do movimento republicano, organizando os grupos escolares com padrões de conteúdo, horários, e professores capacitados, onde até mesmo a arquitetura foi pensada visando a mudança e melhoria da educação no Brasil.

                        Esses grupos escolares eram tidos como sinônimos de avanço e se tornaram referências em suas regiões de abrangência. Esse novo modelo de abordagem educacional se baseava na racionalização do processo e na divisão de tarefas: a parte de racionalização pedagógica se dava por meio do Diretor da escola, desenvolvendo trabalhos administrativos, supervisionando professores, conteúdos, etc.; e a divisão de tarefas onde um professor ministra uma matéria específica a uma mesma turma, pelo período de um ano letivo, promovendo o método simultâneo, dentro de uma sala de aula com maior número de alunos.

 
Aula 08 – Família versus escola em disputa pelos tempos infantis


                        No século XIX a criança que trabalhava era mais um membro produtivo da família, que não concordava com o fato de que essa criança deveria frequentar um grupo escolar com tempo predeterminado. Havia também a crença de que ler e escrever era o suficiente, sem a necessidade de aprofundar esses conhecimentos. Essa prática era ainda mais recorrente nas escolas afastadas dos centros. O tempo de estudo disponível a essas crianças era diferenciado contendo apenas dois anos, enquanto nas cidades esse período era de 4 quatro anos.

                        A transição do modelo educacional foi mais difícil para as famílias menos abastadas, pois essas dependiam da mão de obra das crianças, enquanto nas famílias com maior poder aquisitivo já havia a cultura do estudo.

                        As festas tiveram papel fundamental em aproximar as famílias e sociedade dos grupos escolares, possibilitando, assim, a divulgação da escola em favor das crianças, e o estreitamento de laços entre comunidade e escola. Porém, em 1920, observou-se contestações com relação a prática dessas festas e sua real utilidade, dando indícios de que tais eventos distraiam os alunos, e os faziam perder tempo com ensaios desnecessários ao currículo acadêmico.
Aula 09 – Dos modos de ensinar e aprender: método individual, mútuo e simultâneo


                        Os métodos de abordagens de ensino, aplicados no século XIX, apresentavam muita dificuldades em atender as necessidades dos alunos. A transição do método individual e monitorado para o método simultâneo, que é o método que temos como maior referência contemporânea, foi de grande importância para a educação: a organização por grupos de alunos da mesma faixa etária e também a organização escolar, com horários e locais adequados para se difundir esse ensino contribuíram para um processo de ensino aprendizagem mais eficiente.

                        Contudo o método simultâneo apresentou problemas quanto as faltas e atrasos, deixando esse aluno faltoso em uma condição diferente dos demais alunos.

 
Aula 10 – A seleção dos alunos no sistema escolar: a avaliação em pauta.

                        As avaliações surgiram com a escola graduada, como forma de  estabelecer que somente os alunos que realmente aprenderam o conteúdo progredissem para a próxima etapa de sua formação. Porém, com o passar do tempo, essas avaliações passaram a classificar os alunos, pejorativamente, como bons e ruins formando esteriótipos de alunos ruins, salas ruins, turmas ruins e nerds.

           Na década de 1990 houve o surgimento do modelo progressão continuada que abriu um debate observando os métodos de avaliação e a exposição e constrangimento que essas avaliações expunham os alunos que não acompanhavam os demais. Em contra partida, com esse modelo de progressão continuada, parece que o aluno não possui méritos, não tendo avaliações e não sendo avaliado.

Aula 11 – A constituição da Escola Normal e a difusão de conhecimentos pedagógicos

                        Em tempos atrás as qualidades morais eram base para que as mulheres pudessem exercer sua profissão docente, e mesmo quando o estado passou a recrutar pessoas para exercer a função de professor também eram observados esses preceitos morais, que na época eram muito rígidos, deixando em segundo plano os conhecimentos de conteúdo e pedagógicos.

                        As escolas normais eram de responsabilidade do Império, porém as mesmas não tinham muitos alunos e acabaram não se consolidando.

            A escola normal não tinha muito prestígio, visto que os conteúdos aplicados eram os mesmos do nível primário, e os salários baixos dos professores não atraia o interesse das pessoas. Essas escolas carregavam como características a pluralidade, tendo em vista que por não serem de responsabilidade do estado não havia uma padronização, aplicando-se, em cada localidade, um conteúdo diferente.

                        Atualmente a formação dos professores ainda é objeto de debates, estudos e opiniões, porém o amor ao ensino, e a dedicação aos alunos continuam sendo pontos preponderantes a que se volta para a educação.

 
Aula 12 – O movimento escolanovistano Brasil

                        A nova visão de escola é a de renovação e busca por modificações dos estigmas das escolas tradicionais, mais fixadas nos professores, passando assim a dar maior atenção ao aluno.

                        No documentário foi possível perceber que a defasagem e a ineficácia dos sistemas de educação no Brasil agiram como protagonistas do Manifesto da Educação de 1932, que propunha uma nova maneira de abordagem educacional, de forma laica, com obrigação dos pais e do estado, objetivando que a educação fosse direito e dever de todos.

Aula 13 – Ruralismo Pedagógico: uma proposta para as escolas do campo

                        O movimento escola nova, teve muita expressão no Brasil, porém essa ideia não era um consenso havendo uma vertente que apoiava a ideia que a educação no Brasil não deveria advir, ou ser uma cópia do que se fazia em outros países. Tal vertente acreditava que o país era baseado na agricultura e, portanto, possuía vocações agrícolas; dessa forma a educação deveria ser voltada para esse campo.

            O ruralismo pedagógico visava implantar escolas formadoras que dessem ênfase ao campo e valorizassem o homem que nele trabalhava. O intuito era dirimir preconceitos com relação ao trabalho rural, demonstrando que o tal atividade e vida pode ser tão ou mais confortável quanto nas cidades.

Aula 14 – Expansão do ensino secundário e a luta em defesa da escola pública nos anos 1950

                        Documentário: A atuação dos republicanos não foi condizente com o seu otimismo, e o déficit de vagas em escolas públicas em São Paulo - assim como em todo Brasil - era grande e, com o manifesto pela educação de 1932, intensificava-se a luta em prol de melhores condições estruturais de educação e um novo modelo educacional mais dinâmico com intuito de acompanhar a modernidade dos tempos.

                        Na década de 1950, houve um grande êxodo da região norte/nordeste do país buscando as regiões sul/sudeste, causando grande procura por serviços públicos (dentre eles saúde e educação) o que tornou a demanda maior que a oferta de vagas disponíveis. Com a demanda aumentada passou-se a construir escolas mais inovadoras e modernas com a finalidade de atender essa procura. Porém, somente em 1999, é que São Paulo conseguiu colocar 99% de sua população em idade escolar em uma sala de aula.

Aula 15 – Ensino Superior: organização e expansão

                        Atualmente é difícil frequentar uma instituição de educação superior, porém, em tempos passados as dificuldades enfrentadas eram maiores. Com a criação da USP, e a integração de outros cursos como o de medicina e engenharia, foi criado também o curso de filosofia e passou a ser de responsabilidade da Universidade a formação dos professores, por meio dos cursos de licenciatura a formação dos professores.

                        Em 1968, com o golpe militar trazendo consigo as reformas universitárias e a ampliação do ensino primário para 8 anos, a reforma Universitária visava aumentar o acesso à universidade através da diminuição das mensalidades e aumento da oferta de vagas.

Aula 16 – A transformação da criança em aluno

                        Na sociedade salarial o ser social é escravo de seu trabalho pago, enquanto o trabalho de uma criança é um trabalho escolar. Em um contexto adquirido a partir do século XIX de um mesmo ponto de partida, criou-se a visão de que crianças eram alunos, homogeneizando o tempo social com o tempo escolar, fazendo com que esses dois momentos unissem-se, tornando natural os saberes adquiridos na escola, como se fosse algo natural da vida.
 
Aula 17 – A coeducação dos sexos

                        O ensino igualitário (independente de sexo) se deu a partir dos movimentos feministas, visto que no século XIX o ensino para meninas era voltado à religião, trabalhos manuais, culinária e noções de etiqueta (civilidade).

                        O afastamento de meninos e meninas no ambiente escolar ocorria devido a grande influência da igreja católica, que visava proteger a moral e a pureza das meninas. Na época existiam alguns pensadores que acreditavam que a capacidade intelectual dos meninos era superior a das meninas, e que estas não se adaptariam a disciplinas mais complexas.

                        Com formação da República foi estabelecido que todas as crianças deveriam frequentar ambientes escolares. A partir de então, com o crescimento no número de alunos nas escolas, viu-se a necessidade de agrupar crianças de ambos os sexos na mesma sala de aula. Pedagogicamente acreditava-se que o convívio seria de válido tanto para meninos quanto para meninas, pois aprenderiam a lidar com o sexo oposto de maneira mais gentil e sem preconceitos, principalmente contra as meninas.

                        Em 1932, com o Manifesto da Educação houve uma defesa em prol da educação, onde ficou clara a divisão entre “Os defensores das escolas tradicionais” (mais religiosos) e os “Escolanovistas” que traziam uma nova visão no sentido das evoluções escolares.

 


Na imagem acima temos uma turma formada por meninos e meninas, em uma escola de Belo Horizonte, no década de 20 do século XX.


Aula 18 – Paulo Freire e sua proposta de ensino para jovens.

                        A educação de jovens e adultos visa proporcionar aqueles que não tiveram acesso a escola na idade certa, uma educação de qualidade, permitindo a esses cidadãos gozar de seus direitos cíveis e políticos com clareza e consciência.

                        Viu-se a importância da educação de jovens e adultos, e também a transformação que esse acesso ao aprendizado traz as pessoas que se dispõem, mesmo após um dia duro de trabalho, ir à escola, adquirir conhecimento e transmitir conhecimento, como citado na aula, aproximando o científico do cotidiano, proporcionando a troca e o dialogo entre alunos e professores, de forma respeitosa e hierárquica, demonstrando que a autossuficiência é incompatível com o dialogo.

                        Esse plano de educação visa trazer plenos direitos civis e políticos, igualitários a todos os cidadãos, fazendo com que essas pessoas possam usufruir plenamente de seus direitos e terem responsabilidades sobre seus deveres frente às organizações governamentais, trazendo uma consciência política de povo, fortalecendo as capacidades de escolhas em prol de seu beneficio e do beneficio do próximo e do coletivo.

Aula 19 – Os negros na expansão da escola

            A Lei Áurea possibilitou aos negros escravos viverem de maneira livre, tomando suas próprias decisões e agindo de acordo com elas; porém, mesmo livres e tendo os mesmos direitos dos demais cidadãos, os negros ainda eram excluídos na sociedade que não os permitiam o acesso a escolas e atendimento de saúde como os demais.

A educação dos negros não foi diretamente vedada, porém era dificultada devido à: ausência de responsáveis para realização de matrículas, vestimenta adequada, e material didático, e ao fato de os pais de alunos brancos não quererem alunos negros na mesma turma de seus filhos. O estado não assumiu seu papel frente à população negra recém-liberta, e sendo assim os negros não foram inseridos aos meios sociais causando diferenças que se arrastam até os dias atuais.

A partir da década de 1970 o aumento dos movimentos negros, com maior abertura politica, fizeram com que houvesse uma busca pela valorização da cultura negra e sua influência na formação da nossa sociedade. Tais as reivindicações foram atendidas a partir da sansão da lei 10.639/03, tornando, nas diretrizes curriculares nacionais, a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, trazendo consigo o intuito de “reestabelecer” as relações étnico-raciais.

 


Movimento de 1978 em prol da igualdade racial.

Aula 20 – Os Índios na expansão da escola

            Até a formulação da constituição de 1988, os povos indígenas eram vistos como uma população que deveria ser, obrigatoriamente, integrada a sociedade não indígena, através de ações de educação e trabalho, sem considerar as estruturas cotidianas e de cultura desses povos.

Houve também algumas políticas no sentido de realocação do povo indígena. Tais políticas retiraram essas pessoas de suas terras de origem (para dar abrigo a empreendimentos diversos) e colocaram-nas em reservas destinadas aos índios. Fato curioso é que, nessas reservas, as únicas intervenções do estado eram a criação de uma escola e uma cadeia, onde o índio que ousasse fugir da aldeia com o intuito de retomar suas terras de origem era reconduzido à reserva e direcionado ou a cadeia ou a escola, demonstrando assim que a educação indígena sempre foi um instrumento do estado para a submissão do índio.

            Com a constituição de 1988 foi assegurado o direito do povo indígena a preservação de sua cultura e tradições.

Na educação indígena o aluno é convidado a participar do cotidiano e do trabalho da pessoa que ira instruir, levando sempre em consideração os conhecimentos prévios de aprendiz e mestre, e os saberes conquistados juntos em uma relação de troca em que todos aprendem.


Aula 21 – Inclusão do “Diferente” nas salas regulares

            Todos os homens são iguais, porém não são idênticos, isso faz com que cada pessoa seja única. Todos os alunos inclusos em uma sala de aula, ou mesmo na sociedade, são diferentes uns dos outros. Alguns apresentam diferenças menos comuns e/ou mais acentuadas, nesses casos somos nós que os rotulamos e sentimos a necessidade de incluí-los. Porém esse aluno não precisa somente ser incluso, mas também tratado de forma igualitária para que não haja a necessidade da inclusão por meio de atendimento diferenciado.

No processo educativo é necessário considerar o tempo de cada indivíduo para a aprendizagem, e não as limitações físicas, biológicas ou intelectuais que apresentam.


Aula 22 – Professores como funcionários do Estado

            Esta aula demonstrou o processo de profissionalização do Magistério, observando como surgiu a carreira de professor, e de que forma ocorreu a implantação de sua formação específica, para que pudesse ministrar aulas. Vimos também a criação do concurso público, onde o candidato a professor deveria ser avaliado, demonstrando que possuía capacidades e conhecimentos mínimos para ingressar a carreira.

Com essas medidas, os professores passaram a se ver como iguais, e passaram a formar associações com o intuito de reivindicar melhorias nas condições de trabalho, na melhoria da educação e em melhorias pessoais.

Por fim o governo promulgou uma lei estabelecendo que somente o profissional que possuir ensino específico, bem como aprovação em concurso publico, estaria apto para ensinar.


Aula 23 – A feminização do Magistério

            A inserção das mulheres no magistério ocorreu por questões sociais, haja vista que com a industrialização do país dar aulas não era mais um trabalho atrativo para os homens, e dessa forma, com o êxodo masculino, as mulheres passaram a exercer tais funções, principalmente em escolas primárias.

Porém, nas estruturas escolares, as mulheres não evoluíam profissionalmente, permanecendo na função docente, sem oportunidades de evolução a cargos mais elevados (diretor de escola e supervisor escolar).

Com a expansão do número de escolas houve uma grande demanda por professores, o que fez com que a presença feminina no ambiente escolar se consolidasse.  

Infelizmente as condições dessas professoras (Normalistas) eram bastante precárias: lecionar em escolas afastadas fez com que se distanciassem de seus familiares, o salário era estável, porém de pequena monta, pois se acreditava que o salário dessas profissionais não era para o sustento de uma família e sim um complemento da renda familiar.

 
Aula 24 – A formação dos professores: o conhecimento científico e os saberes da experiência

 
            Em determinado momento da educação brasileira passou-se a exigir atualizações profissionais dos professores, haja vista que até então, eram considerados bons professores aqueles que possuíam boas práticas e muitos anos de experiência, que ao longo do tempo criou métodos próprios de ensino onde se observa os saberes da experiência.

            Em 1955, foi celebrado um acordo internacional para se instalar no país um centro de pesquisa educacional no estado do Rio de Janeiro, oferecendo cursos de formação e produzindo pesquisas no âmbito educacional. Com base nesses cursos e pesquisas, começou-se a difundir a ideia de que o professor precisava se atualizar, agregar métodos e inovar; trazendo a tona o novo modelo de professor, embasado em métodos científicos e que contemplam novas tecnologias.

Com o aparecimento dessa nova vertente do professorado surgiu o conflito entre os professores que se embasavam em sua própria experiência de trabalho e os professores que tinham como fundamentos os novos métodos científicos de ensinar como base para as salas de aula.

 


                       




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